Promotor
Teatro Circo de Braga, EM, SA
Sinopse
Abul Mogard nasceu em Belgrado, na Sérvia, e passou grande parte da sua vida a trabalhar numa fábrica metalúrgica. Quando se aposentou, sentiu falta dos barulhos e do ritmo dos sons que marcavam o seu dia-a-dia laboral. Foi aí que decidiu experimentar fazer música: recorreu a sintetizadores, alguns construídos pelo próprio, e procurou recriar os sons que estavam perdidos no ambiente da sua realidade passada. O resultado levou a drones imersivos, zumbidos e ruídos que criavam texturas de ambiente similares aos que encontrava no seu trabalho.
Abul estreou-se com dois álbuns, Abul Mogard (2012) e Drifted Heaven (2013), ambos pela VCO Records, editora do multi-instrumentista norte-americano Steve Moore (metade do duo Zombi). Aqui edita ainda Lulled Glaciers (2014), trabalho colaborativo com o músico experimental alemão Siegmar Fricke e o artista sonoro britânico Justin Wiggan. Mais tarde, já na editora londrina Ecstatic, de Alessio Natalizia, edita um conjunto de álbuns onde se destaca o internacionalmente aclamado Circular Forms (2015), disco composto por quatro peças sonoras sintetizadas que servem de perfeito exemplo da música profundamente evocativa de Mogard. Desde então tem vindo a editar apenas música de suprema excelência: Above All Dreams (2018), disco composto por seis peças, divinas e cinemáticas, resulta de três anos de dedicação à composição com sintetizadores modulares e que se constituiu de imediato como uma nova obra-prima da sua carreira; ou Kimberlin (2019), devastadora e sublime banda-sonora para a curta-metragem experimental com o mesmo nome, realizada pelo artista britânico Duncan Whitley. Também no último ano, Mogard apresentou And We Are Passing Through Silently, trabalho de remisturas para temas de Brian Eno e Gordon Sharp (Cindytalk), Aïsha Devi, Fovea Hex e Penelope Trappes, entre outros, e onde podemos descobrir a sua sensibilidade única para manipular voz, mestria desconhecida e ausente na sua restante obra, de carácter puramente instrumental.
O que não é desconhecido é que Abul Mogard é um enigma - talvez o maior da atualidade da música moderna sintetizada; mas, ao mesmo tempo, sabemos que é um dos nomes mais singulares deste universo sonoro.